Colocar o
motor o mais perto possível do centro do carro sempre foi sempre uma boa
estratégia nos modelos desportivos e de competição. O motor tem muito peso
concentrada, o motor influência bastante na distribuição de peso
entre eixos, sendo fácil perceber que uma posição central favorecia essa
divisão. Ao reduzir o momento polar de inércia, essa solução torna o veículo
mais ágil em mudanças de direção, nas curvas. Beneficia também as acelerações e
travagens em comparação com um motor dianteiro ou traseiro. Normalmente, o
motor traseiro e central (é possível também ser dianteiro e central
e atrás do eixo dianteiro, mas à frente do habitáculo) foi um privilégio
nos carros desportivos de grande prestígio, por exemplo no caso do Porsche 914,
um grande número de Ferraris e de Lamborghinis, passando também pela De Tomaso, Lotus e Maserati,
entre outros. Uma das razões é que não é possível essa configuração num modelo
mais convencional — um hatchback com cinco lugares, por exemplo — o que
eleva os custos de desenvolvimento e produção. Assim, raramente um fabricante
voltou ter uma grande produção no fabrico de um desportivo com motor central,
sendo o Fiat X 1/9 uma das raras exceções. Mas foi o que aconteceu com a
Toyota, bem antes de se tornar o número um do mundo. Em 1976 a empresa iniciou
estudos de um carro compacto com linhas desportivas, económico e adequado
aos novos tempos do preço elevado do petróleo. Não pretendia-se um carro
desportivo, mas sim um carro para duas pessoas e que oferecesse prazer de
condução. A colocação traseira e central na posição transversal do motor foi
sugerida três ou quatro anos mais tarde pelo engenheiro Akio Yoshida — e o
mesmo aprovou. Um protótipo dentro destes parâmetros ficou concluído em 1981: o
SA-X, um modelo de três volumes com frente rebaixada, faróis escamoteáveis,
para-brisa que parecia formar uma só peça com os vidros laterais e entradas de
ar para o motor atrás das portas. Enquanto o projeto foi para a fase de
desenvolvimento, a apresentação pública foi programada para
avaliar a reação do público. No Salão de Tóquio de 1983 era revelado
o prótotipo SV-3, com algumas alterações nas linhas em relação ao SA-X.
Depois dos ligeiros retoques, o primeiro Toyota — o primeiro carro japonês
de série — com motor central ganhava no Japão em meados de 1984 com o nome MR2,
significando Mid-engine, Rear-wheel-drive, 2-seat, ou seja, um carro de dois
lugares com motor central e tração traseira. As vendas nos Estados Unidos
começaram no ano seguinte.
Os traços básicos do projeto de 1976 ainda estavam à vista nessa primeira geração (código W10) do MR2, que seguia o estilo com linhas retas comum a seu tempo — há quem relacione com um origami, a arte tradicional nipónica de criar objetos dobrando papel. A entrada de ar lateral aparecia só no lado direito, dando ao carro um aspeto assimétrico, já que no lado esquerdo vinha o bocal do depósito de combustível. O vidro traseiro estava mais perto da vertical do que os pilares faziam parecer, a fim de obter-se um aspeto desportivo quando visto pela parte lateral do carro. Embora tivesse o seu charme, o pequeno Toyota não era propriamente bonito. Ele media 3,95 metros de comprimento, 1,66 m de largura, 1,23 m de altura e 2,32 m de distância entre eixos e pesava 950 kg na versão japonesa (nos EUA, com reforços estruturais para atender às normas de segurança, chegava a 1.070 kg). O interior tinha a consola central desportiva e elevada que separava os bancos de encosto alto, mas não no painel de aspeto tradicional. Havia duas bagageiras, uma à frente (onde vinha o estepe) e outra na traseira.
Apesar de ter um chassi especifico, o MR2 aproveitava componentes mecânicos de outros modelos da linha. O motor de 1,6 litros, duplo comando e 16 válvulas com injeção, que fornecia potência de 130 cv no mercado nipónico (112 cv no norte-americano, devido às normas de emissões poluentes mais severas, e 116 ou 124 cv na Europa, conforme o uso ou não de catalisador), era o mesmo do coupé Corolla Twincam de tração traseira.
Os traços básicos do projeto de 1976 ainda estavam à vista nessa primeira geração (código W10) do MR2, que seguia o estilo com linhas retas comum a seu tempo — há quem relacione com um origami, a arte tradicional nipónica de criar objetos dobrando papel. A entrada de ar lateral aparecia só no lado direito, dando ao carro um aspeto assimétrico, já que no lado esquerdo vinha o bocal do depósito de combustível. O vidro traseiro estava mais perto da vertical do que os pilares faziam parecer, a fim de obter-se um aspeto desportivo quando visto pela parte lateral do carro. Embora tivesse o seu charme, o pequeno Toyota não era propriamente bonito. Ele media 3,95 metros de comprimento, 1,66 m de largura, 1,23 m de altura e 2,32 m de distância entre eixos e pesava 950 kg na versão japonesa (nos EUA, com reforços estruturais para atender às normas de segurança, chegava a 1.070 kg). O interior tinha a consola central desportiva e elevada que separava os bancos de encosto alto, mas não no painel de aspeto tradicional. Havia duas bagageiras, uma à frente (onde vinha o estepe) e outra na traseira.
Apesar de ter um chassi especifico, o MR2 aproveitava componentes mecânicos de outros modelos da linha. O motor de 1,6 litros, duplo comando e 16 válvulas com injeção, que fornecia potência de 130 cv no mercado nipónico (112 cv no norte-americano, devido às normas de emissões poluentes mais severas, e 116 ou 124 cv na Europa, conforme o uso ou não de catalisador), era o mesmo do coupé Corolla Twincam de tração traseira.
O eixo de
transmissão formado pela caixa de velocidades de cinco velocidades e o
diferencial, na traseira, era o do Corolla de tração dianteira adaptado à nova
posição. Alguns mercados contavam
com a opção de caixa automática de quatro velocidades e de um motor menor de
1,5 litros com 83 cv. Ele tinha suspensões independentes McPherson, pneus
185/60 R 14 e travões de disco. A
fábrica anunciava aceleração de 0 a 96 km/h em 8,7 segundos. A revista
americana Car and Driver disse que a ideia de usar componentes de chassi de tração dianteira como base
para um carro desportivo de motor central não é inovadora, mas a execução da
Toyota avançou com um conceito para um novo patamar. Seu coração é um quatro
cilindros cheio de alma.
Com um
motor que atinge as 7.500 rpm com uma caixa mais
suave, chassi tão equilibrado com umas mãos ágeis ao volante
pode provocar magias com o carro". Na Inglaterra, a revista What Car?
colocava-o frente a frente ao Fiat X 1/9. Os dois foram muito bem avaliados em
estabilidade, sendo a do japonês assim descrita: "Ele oferece limites de
aderência que a maioria dos automobilistas nunca mais vão atingir. A combinação
da direção precisa, um chassi equilibrado e uma suspensão bem elaborada faz do
MR2 um carro controlável e de comportamento seguro. A potência aumentou de
85 para 122 cv, o Toyota ficou bem à frente em aceleração e venceu também
em velocidade máxima e recuperações. A revista salientou que melhorou na
dinâmica, melhoramento no espaço interior, visibilidade e nível
sonoro. Conclusão: "Cada pessoa que conduzia o MR2 virava os olhos
e brilhavam, sem dúvida, o melhor carro desportivo no Japão até hoje. É um
carro tão refinado em todos os aspetos, no momento de avaliação, é difícil ver
quem possa superá-lo".
De volta
aos EUA, a Popular Science colocou o MR2 lado a lado com o Pontiac Fiero GT,
também com motor central, e o Mazda RX-7 GSL-SE com uma motorização rotativa
tipo Wankel, e aprovou o pequeno Toyota: "Ele fez o teste do alce com
um dos melhores tempos já registrados. (...) Embora não seja o mais rápido, o
MR2 ainda é ágil e oferece estabilidade superior. Excelente economia, acesso
fácil ao habitáculo, e uma caixa de 5 velocidade suave são fatores a favor da
Toyota. O seu motor de alto regime, os bons travões e o excelente equilíbrio do
chassi convenceram".
Poucas
alterações de montagem foram feitas no MR2 nos primeiros anos. O modelo 1986
vinha com para-choques, roda lamas e saias à frente das rodas traseiras
pintados na cor da carroçaria, em vez de pretos, e tinha a opção dos bancos em
couro. O carro recebia novos farolins traseiros, rádio maior, volante de três
raios e a opção do teto T-Top - os tejadilhos sobre os ocupantes podiam ser
removidos para dar a sensação de um descapotável, mantendo uma barra
longitudinal ligando o para-brisa à secção traseira para uma maior rigidez
estrutural.
A versão
Supercharged era a grande novidade para 1988. Com a instalação de um compressor
do tipo Roots, o motor passava a debitar 145 cv e 189 Nm, MR2 bem mais potente,
mesmo com o acréscimo de peso passando para 1.130 kg. Novas rodas, espelhos na
cor da carroçaria e o teto T-Top acompanhavam a novidade mecânica, enquanto o
motor de aspiração natural passava a 115 cv e 135,38 Nm. Após uma nova
atualização, o Toyota voltava a enfrentar o Fiero na Popular Science, agora
mais potente — o norte-americano vinha com motor V6. Um Honda Civic CRX Si
também participava do comparativo, que ganhou em aceleração face ao MR2 (dos 0
a 96 km/h em 7,2 segundos), a do Honda em travagem e a do Pontiac em agilidade.
"A superioridade do MR2 em aceleração foi associada como tivesse um motor
de grande cilindrada relativo à concorrência. A razão foi a aplicação de um
compressor acionado com uma correia nos últimos anos. A embraiagem
eletromagnética que desliga a baixa velocidade, para melhorar o
consumo, mas a luz 'boost' (sobrepressão) no painel fica acesa na maior
parte do tempo", explicava. "O compressor dá ao MR2, provavelmente, a
melhor combinação de desempenho e consumo do que qualquer outro carro da
concorrência", concluía a revista. A série especial para finalizar esta
geração foi lançada em Janeiro de 1989. A Super Edition vinha com todos os
opcionais, volante e punho do manipulo da caixa de velocidades da italiana
Momo e bancos Recaro Milano.
FOTOS:
O protótipo SA-X, de 1981, dava indicação à configuração a ser adotada no MR2 de produção, alguns detalhes posteriormente foram mudados.
Motor central, tração traseira e dois lugares: assim era formado o nome do novo Toyota, cujas linhas retas pareciam ter-se inspirado num origami
A consola alta que separava os bancos dando um aspecto desportivo, mas no restante do interior do MR2 era sóbrio como o painel de instrumentos
Paralelamente ao bom desempenho, o MR2 conquistava pela grande estabilidade, em que o limite de aderência estava muito acima do habitual
Motor emprestado do Celica, de 1,6 litros e 16 válvulas fornecia potência entre os 112 e 130 cv, conforme o mercado e o uso ou não de catalisador
O modelo 1986 ganhava novos acessórios exteriores na cor da carroçaria e a opção de bancos de couro; o teto removível T-Top era alternativa á capota rígida
A aplicação de um compressor permitiu o motor 1.6 a aumentar para os 145 cv, o que deu ao MR2 Supercharged um novo potencial face aos rivais como por exemplo o Pontiac Fiero
Carateristicas do MR2 Supercharged de 1988:
Colocação do bloco e nº de cilindros: central e traseiro, transversal, 4 em linha
Comando e nº válvulas por cilindro: dupla árvore de cames à cabeça; 4
Diâmetro e curso: 81 x 77 mm
Cilindrada: 1.587 cm3
Taxa de compressão: 8:1
Potência máxima :145 cv a 6.400 rpm
Binário máximo: 19,3 m.kgf a 4.000 rpm
Alimentação injeção multiponto, compressor
Caixa: manual, 5 velocidades
Caixa: manual, 5 velocidades
Tração: traseira
Travões:
Dianteiros - discos ventilados
Traseiros - discos ventilados
ABS: não
Suspensão: Dianteira e traseira independentes tipo McPherson
Rodas:
Pneus dianteiros 185/60 R 14
Dianteiros - discos ventilados
Traseiros - discos ventilados
ABS: não
Suspensão: Dianteira e traseira independentes tipo McPherson
Rodas:
Pneus dianteiros 185/60 R 14
Pneus traseiros 185/60 R 14
Dimensões:
Comprimento 3,95 m
Distância entre-eixos: 2,32 m
Peso :1.130 kg
Dimensões:
Comprimento 3,95 m
Distância entre-eixos: 2,32 m
Peso :1.130 kg
Performance: velocidade máxima: 210 km/h e aceleração dos 0 a 100 km/h em 7,2 s